quarta-feira, 30 de abril de 2014

ARTIGO PUBLICADO JORNAL POLO FOZ



 SER MÚLTIPLO FAZENDO UMA COISA DE CADA VEZ!
Quem de nós já não iniciou uma atividade e foi interrompido porque o celular tocou, ou porque alguém bateu à porta, chamou, ou quis ouvir a notícia no rádio, ou um carro que passou na rua desconcentrou, ou um filho veio chamar para ver algo e assim por diante. Lembro que quando eu era adolescente conseguia ler e compreender o que estava lendo, vendo televisão ou ouvindo música. Mas confesso: isso não dava muito certo porque havia a dispersão, querendo ou não.
            E hoje, como fica isso neste mundo da internet, neste mundo globalizado? Fazemos trabalhos, pesquisamos, mas estamos conferindo os e-mails, aproveitamos para dar uma espiada no faceboock e já decidimos postar algo, compartilhar, curtir..., atendemos ‘o celular. Opa! Vamos voltar ao foco! Criou-se o mito nesta era informatizada de um profissional, de um sujeito multifacetado. Bem, a ciência já sabia, e ao poucos nos damos conta de que o melhor jeito de fazer as coisas é fazer uma de cada vez.
            Estamos deixando a era da distração, em que prestamos um pouco de atenção a várias coisas ao mesmo tempo, para entrar na era do foco.” Isso não sou eu que estou falando: é o resultado de uma pesquisa feita na Universidade de Vanderbilt, nos EUA. Um dos professores afirma que  tudo que é escasso se torna valioso e que a  nova escassez é ter tempo para pensar e se concentrar. E por quê? Porque vivemos uma aceleração do tempo: tudo tem que ser rápido,  imediato.  Mas não se pode ter inovação sem períodos de reflexão e até de preguiça. Temos que aprender a comandar o ritmo de nossas vidas. Difícil? Demais. No meu caso é tudo pra ontem e sofro muito por isso. Uma das minhas grandes lutas diárias é tentar fazer mais, mas com qualidade maior. Hoje faço muito, mas com qualidade inferior. Eu estou fazendo uma severa autoanálise:  até que ponto tudo isso vale a pena?
            Já curei algumas úlceras, já tenho vários cabelos brancos, ainda fumo além da conta, ainda quero resolver várias coisas ao mesmo tempo (e muitas vezes não é nem incumbência minha). Acho que eu ainda penso que posso salvar o mundo. No fundo sei que não posso! Isso já deveria ter ficado para trás. Sei que não podemos nos desligar de tudo, mas temos que ter momentos de tranqüilidade. Volto à antiga tecla: se não aprendemos com amor, aprendemos com a dor.
            Estou aprendendo que em vez de controlar meu tempo, o grande segredo é controlar minha atenção. Em vez de seguir uma lista de obrigações, às vezes bem chatas, devo priorizar o que é importante emocionalmente. Acho que isso me fará trabalhar com mais motivação. Tenho que aprender a listar o que é importante e desempenhar cada função com atenção, com foco até o fim. Sabe o que estou percebendo no fim das contas? Que corro muito, que faço muito, mas tenho a sensação de que pouco fiz. E sabem por quê? Não há foco, seleção do que realmente é importante para aquele momento. E há outra coisa: às vezes é bem na hora da desaceleração, do relaxamento que aparece a solução para aquele problema que parecia perdido. Damos espaço para a vida fluir. Percebemos melhor o que e quem nos cerca.
O escritor Leo Babauta diz que existem Rituais de Foco para nos manter na linha ao longo do dia: começar bem o dia, listar as tarefas, limpar o ambiente, retomar o foco várias vezes ao dia, desconectar-se e, finalmente, terminar o dia refletindo sobre o que foi feito e descansando a mente para o próximo dia. O mesmo autor coloca que quando tentamos fazer várias coisas ao mesmo tempo só nos tornamos mais lentos e aumentamos a chance de erros. Mesmo que nosso cérebro possa armazenar milhares de informações, a mente humana é programada para processar uma informação de cada vez.
            Pois é, foi  só deixar de lado algumas coisas e meu texto ficou pronto em 10 minutos. Acho que quando paramos de reclamar que temos mil problemas e resolvemos um, sobram somente 999, e até, quem sabe, sobra um tempinho para espichar as pernas, tomar aquele chimarrão e curtir a família que, ao final de tudo, é o me mantém “firme e forte!”.

DICA DA SEMANA

“ Nada mais havendo a tratar, renovamos nossos protestos da mais alta estima e distinta consideração..”

Aí faltou uma coisa muito importante para completar a ladainha: Assim seja ou Amém. Se nada mais há para tratar é só encerrar a carta, sem conversa fiada. Se  temos tanta estima por alguém, bem que ele merece uma despedida mais original, criada por nós. Além disso, misturar protestos com tanta consideração chega a soar muito falso e depois de tantas ofensas é difícil acreditar que o remetente perceba as boas intenções do mensageiro.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

artigo publicado na revista De Foz /Março



 LETRAS & CIA
 Prof. Maria Célia Fröhlich
bibliotecaeebca.blogspot.com.br


“ MINHA ESTRELA É A EDUCAÇÃO”
O título deste artigo é de Rubem Alves. Um educador encantado eternamente  com a missão de ensinar. Para ele educar não é ensinar matemática, física, química, geografia, português. Essas coisas, diz ele,  podem ser aprendidas nos livros e nos computadores. Dispensam a presença do educador. Educar é outra coisa. “ De um educador pode-se dizer o que Cecília Meireles disse de sua avó – que foi quem a educou: ‘O seu corpo era um espelho pensante do universo’. O educador é um corpo cheio de mundos! A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O mundo é maravilhoso, está cheio de coisas assombrosas. Zaratustra ria vendo borboletas e bolhas de sabão. Adélia Prado ria vendo tanajuras em vôo e um pé de mato que dava flor amarela. Eu rio quando vejo conchas, teias de aranha e pipocas estourando... Quem vê bem nunca fica entediado com a vida. O educador aponta e sorri – e contempla os olhos do aluno. Quando seus olhos sorriem, ele se sente feliz, pois estão vendo a mesma coisa.”
"As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor.
Aprendemos palavras para melhorar os olhos."

Rubem Alves é um crítico do sistema de ensino brasileiro.mas suas opiniões não carregam rancor contra quem quer que seja. Para o educador e professor emérito da Unicamp, o problema da escola é que ela não leva em consideração o desejo de aprender das crianças e está respondendo às perguntas que somente os adultos acham importantes. ''Crianças fazem perguntas incríveis'',avisa.  Para Rubem Alves, há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros.  Porque a essência dos pássaros é o voar. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
"Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem...
O ato de ver não é coisa natural.
Precisa ser aprendido!"
Ensinar é descrito por Alves como um ato de alegria, um ofício que deve ser exercido com paixão e arte. É como a vida de um palhaço que entra no picadeiro todos os dias com a missão renovada de divertir. Ensinar é fazer aquele momento único e especial. Ridendo dicere severum: dizer coisas sérias, rindo. Mostrando que esta, na verdade, é a forma mais eficaz e verdadeira de transmitir conhecimento. Agindo como um mago e não como um mágico. Não como alguém que ilude e sim como quem acredita e faz crer, que deve fazer acontecer.
Rubem Alves resume numa frase o que é ser mestre: “ Pois ser mestre é isso: ensinar a felicidade.” E completa dizendo que quer desaprender para aprender de novo, raspar as tintas com que o pintaram. Desencaixotar  as emoções e  recuperar os sentidos.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

LIVRO E LEITURA




A leitura, assim como a escrita, é fundamental para o desenvolvimento das capacidades do ser humano.
Por meio dela, o cidadão participa da sociedade, melhora seu nível educacional, conhece outros valores culturais, tem acesso ao conhecimento e à herança cultural da humanidade.

Palavras: Quanto Poder!!!!



Os pensamentos se tornam palavras. Cuidado com as palavras, elas se tornam ações. Cuidado com as ações, elas se tornam seu caráter. E cuidado com seu caráter: ele se torna seu destino.”  Esta frase é de Margaret Thatcher e foi pronunciada com vigor no filme A Dama de Ferro que conta a trajetória dessa instigante mulher. Quantas vezes já ouvimos falar que há palavras que machucam mais que um tapa na cara, que palavras ditas não podem ser recolhidas, que uma única palavra pode ferir como uma bala, etc, etc, etc. Pois é, e mesmo assim machucamos quem amamos pelo impulso da palavra dita, da palavra mal-dita. Algumas pessoas têm o poder de machucar sempre. Sentem prazer em magoar. Sentem-se poderosas por amedrontarem, por  ver o outro de cabeça baixa. Algumas pessoas realmente não conseguem reagir, outras revidam e a confusão está feita. A palavra é um dos maiores e mais impressionantes poderes que nós temos.
                   A palavra pode levantar ou derrubar, agradar ou desagradar, emocionar ou irritar, trazer para perto ou afastar. Pode ser mel ou fel, tanto para quem ouve como para quem fala. Segundo a escritora Sandra Rosenfeld, a palavra pode estar respaldada na verdade ou esconder a mesma verdade. Mas isso não é difícil de perceber por aquele que tem uma consciência maior de si mesmo e, portanto, do outro. Simplesmente porque a palavra não vem sozinha nunca.  A palavra não é independente. Ela está sempre atrelada ao tom da voz, à emoção colocada, à respiração, ao ritmo em que é dita, ao olhar, aos gestos... E quando ela é falada em sintonia com tudo isso, vem carregada de um poder muito grande, tanto para o bem quanto para o mal. É uma forma de energia fortíssima!
                   No entanto, algumas pessoas ainda se escondem atrás das palavras e, muitas vezes, enganam a si mesmas e aos outros. São pessoas que se conhecem mal, se tornando presas fáceis delas próprias e do outro.  O autoconhecimento tem a ver com olhar para dentro, com o silêncio, com a coragem de lidar com as emoções. É uma conquista! E por que se faz tanto uso da palavra para apontar as falhas e tão pouco para enaltecer as qualidades?   Eu tenho por hábito elogiar sempre quem acredito que deva ser elogiado, ou seja, não gasto minhas palavras em algo apenas para agradar.  Se encontro alguém, homem ou mulher e, a meu ver, merece um elogio, eu elogio.              Tem coisa melhor do que receber um elogio verdadeiro? É um afago no coração, tanto de quem recebe quanto de quem elogia, porque o retorno é imediato através do sorriso, do olhar, da alegria.  Mas, se você não tem nada de bom para falar, então fique quieto, silencie. O silêncio muitas vezes é o som mais agradável que se pode ouvir. E usar o poder da palavra para falar mal de outra pessoa quando a mesma não está presente, esquece. Não faça isso. É feio, é grosseiro, é o retrato de quem não tem vida própria e é covardia. Enfim, “use a palavra da melhor forma possível para fazer a sua vida e a de quem passa pelo seu caminho, mais alegre, divertida e feliz,” conclui a escritora.
            Massaru Emoto, cientista japonês, fez uma experiência com palavras utilizando a água. A técnica consiste em expor a água a agentes como sons, palavras, pensamentos, congelá-la e depois fotografar os cristais que se formam com o congelamento. O resultado é impressionante. As moléculas sofrem uma alteração berrante conforme a palavra colocada. E a grande reflexão do vídeo, ao final, é: “Imaginem o que a palavra pode fazer no ser humano que é composto de 70% de água!!!!! “
            Eu sou fascinada, dominada pelas palavras. Acredito em sua força, nelas viajo e me embriago. Elas são cheias de possibilidades e de encantamento. Quando se fala em pensamento positivo, está-se falando do poder das palavras. A energia do pensamento e a da palavra podem mudar toda uma vida. A energia do som da palavra tem um grande e vasto poder de realização. Toda palavra é um mantra em ação. E são os pensamentos que materializam a palavra. O que nós pensamos e falamos em nosso dia a dia, para as pessoas, sobre elas ou sobre nós mesmos, causam a realidade com que vivenciamos nossa vida.
           A palavra falada é um portal que se abre para realizar tudo o que desejamos!