terça-feira, 17 de junho de 2014

O vento é sempre o mesmo, mas sua resposta é diferente em cada folha”



            Novamente tenho que dizer que a força que rege o Universo, esta força inteligente, é perfeita em sua criação. Que bom que somos seres em estágio de crescimento, de evolução diferentes. O diferente é que faz a diferença, no entanto, o diferente não deve ser para invejar. Deve sim, ser para crescer, para admirar.

Ao mesmo tempo que somos tão distintos um do outro, somos tão iguais e únicos. Iguais na ânsia de viver, do sonho de vida melhor, na fuga do sofrimento, na busca da felicidade. Únicos, exclusivos nesta jornada, e por isso devemos ser felizes. Temos que usar da nossa autoridade como ser único, sem aumentar, nem diminuir ninguém. Devemos ter a clareza do grau de evolução de cada um. Devemos lembrar que tudo que cai na pele deixa sua marca, que tudo que cai na alma deixa sua marca. Devemos lembrar que mesmo dormindo nós nos comunicamos e lidamos com o igual e o diferente.

Quantas vezes palavras são mal interpretadas, mal compreendidas. Por quantas vezes somos julgados pelo que não dissemos, mas pelo que foi compreendido pelo outro. Eu sempre digo que somos responsáveis pelo que falamos, não pelo que o outro entendeu, pois há várias possibilidades de entender e de não entender. Nossa fala sempre é uma “faca de dois gumes”. Por isso: o diferente é a grande diferença. Da mesma forma, não podemos dar aquilo que não temos, não podemos ensinar o que não sabemos. Como posso, então, querer que o outro seja o que eu não sou? Novamente: respeito ao diferente!

O escritor René Girard, em seu livro “A violência e o sagrado”, fala do conceito de desejo mimético (de camuflagem, imitação) e de vítima sacrificial. Ele coloca que este mecanismo de imitação, quando concentrado num grupo, precisa ser internalizado pelos membros, para não haver uma explosão de violência que destrua o grupo inteiro. Eis aí o início das religiões. A violência, para Girard, constitui “o verdadeiro coração e a alma secreta do sagrado. O sagrado é tudo o que domina o homem, e com tanto mais certeza quanto mais o homem considere-se capaz de dominá-lo. Inclui, entre outras coisas, as tempestades, os incêndios das florestas e as epidemias que aniquilam uma população. Mas é, principalmente, ainda que de forma mais oculta, a violência dos próprios homens, a violência vista como exterior aos homens e confundida, desde então, com todas as forças que pesam fora dele”. Como animais, nos comportamos onde o mais forte quer sempre vencer o mais fraco. Também nesta linha, em sua obra mais recente, “A Via”, Edgar Morin responde à seguinte pergunta: estamos caminhando para uma cadeia de desastres? Para respondê-la, dividiu o livro em quatro análises: a regeneração das relações sociais; as bases da democracia cognitiva, da reforma da educação, da formação de intelectuais; os problemas cotidianos e as reformas morais necessárias.

Bem, e o que tudo isso tem a ver com o diferente, com o igual, com o ser único? Tudo! Absolutamente tudo. Estamos tão acostumados a só respirar que não percebemos o que nos cerca e que tudo está interligado. Que tudo tem um pouco de profano e sagrado. Que o diferente ao meu lado faz a diferença. Que o meu crescimento está totalmente ligado ao movimento e aos pensamentos de cada indivíduo. Sou o que sou pelos iguais, mas mais ainda pelos diferentes. E isso me faz Único! Alan Kardec diz: “ o hoje é o efeito do ontem, que foi a causa. O hoje também é a causa do que será o amanhã.” Portanto, não existe destino. O meu destino quem o faz sou eu mesma, pelas minhas escolhas.

“Se um homem marcha com um passo diferente do dos seus companheiros, é porque ouve outro tambor,” diz Henry Thoreau, sabiamente. A palavra chave, enfim, é perceber e aceitar que temos possibilidades infinitas e que é possível que as pessoas sejam finalmente compreendidas e vistas como normais apesar de suas diferenças.

DICA DA SEMANA
CASOS PROIBITIVOS DO USO DA CRASE:
1) Antes de palavras masculinas: Andar a cavalo.
2) Antes de verbo no infinitivo: Estava a escrever poemas.
3) Antes de pronomes pessoais ou de tratamento: Refiro-me a você.
4) Antes da palavra casa quando não determinada: Eles retornaram a casa.
5) Antes de indefinidos: Refiro-me a certas mulheres.
6) Antes de palavra feminina no plural: Assisto a novelas de época.
7) Antes dos demonstrativos "essa, essas; esta, estas": Dei a apostila a essa aluna.
8) Antes de numeral: A quantidade de candidatos não chegou a dez.
9) Antes da palavra terra (= chão firme) quando não especificada nem se referir ao planeta: Os navegantes retornaram a terra ao amanhecer.
10) Em expressões com palavras repetidas: Ficou cara a cara com o gerente.
11) Quando já houver outra preposição: Fui para a escola.

terça-feira, 10 de junho de 2014

DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

10 DE JUNHO...
DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA!
Esta data foi escolhida porque marca o aniversário de morte de um dos maiores escritores portugueses: Luís Vaz de Camões.


Luís de Camões (1524-1580) foi poeta português. Autor do poema "Os Lusíadas", uma das obras mais importantes da literatura portuguesa, que celebra os feitos marítimos e guerreiros de Portugal. É o maior representante do Classicismo português.
Luís de Camões (1524-1580) nasceu em Coimbra ou Lisboa, não se sabe o local exato nem o ano de seu nascimento, supõe-se por volta de 1525. Filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá e Macedo, ingressa no Exército da Coroa de Portugal e em 1547 embarca como soldado para a África, participa da guerra contra os Celtas, no Marrocos, onde em combate perde o olho direito.
Em 1552, de volta à Lisboa frequenta tanto os serões da nobreza como as noitadas populares. Numa briga feriu um funcionário real e foi preso. Embarca para a Índia em 1553, onde participa de várias expedições militares. Em 1556 vai para a China, também em várias expedições. Em 1570 volta para Lisboa, já com os manuscritos do poema "Os Lusíadas", que foi publicado em 1572, com a ajuda do rei D. Sebastião.
O poema "Os Lusíadas", funde elementos épicos e líricos e sintetiza as principais marcas do Renascimento português: o humanismo e as expedições ultramarinas. Inspirado em A Eneida de Virgílio, narra fatos heroicos da história de Portugal, em particular a descoberta do caminho marítimo para as Índias por Vasco da Gama. No poema, Camões mescla fatos da História Portuguesa a intrigas dos deuses gregos, que procuram ajudar ou atrapalhar o navegador.
Um aspecto que diferencia Os Lusíadas das antigas epopeias clássicas é a presença de episódios líricos, sem nenhuma relação com o tema central que é a viagem de Vasco da Gama. Entre os episódios, destaca-se o assassinato de Inês de Castro, em 1355, pelos ministros do rei D. Afonso IV de Borgonha, pai de D. Pedro, seu amante.
Luís de Camões é o poeta erudito do Renascimento, se inspira em canções ou trovas populares e escreve poesias que lembram as cantigas medievais. Revela em seus poemas uma sensibilidade para os dramas humanos, amorosos ou existenciais. A maior parte da obra lírica de Camões é composta de sonetos e redondilhas, de uma perfeição geométrica, sem abuso de artifícios, tudo parece estar no lugar correto.
No século XVI, em todos os reinos católicos, os livros deveriam ter a aprovação da Inquisição para serem publicados. Isso ocorreu com "Os Lusíadas", conforme texto de frei Bartolomeu, onde comenta as características da obra e ressalva que a presença de deuses pagãos não devem preocupar porque não passa de recurso poético do autor.
Uma das amadas de Camões foi a jovem chinesa Dinamene, que morreu afogada em um naufrágio. Diz a lenda que Camões conseguiu salvar o manuscrito de Os Lusíadas, segurando com uma das mãos e nadando com a outra. Camões escreve vários sonetos lamentando a morte da amada. O mais famoso é "A Saudade do Ser Amado". Camões deixou além de "Os Lusíadas", um conjunto de poesias líricas, entre elas, "Os Efeitos Contraditórios do Amor" e "O Desconcerto do Mundo", e as comédias "El-Rei Seleuco", "Filodemo" e "Anfitriões".
Luís Vaz de Camões morre em Lisboa, Portugal, no dia 10 de junho 1580, em absoluta pobreza.


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

CAFÉ LITERÁRIO NA BIBLIOTECA

No dia 02 de junho a acadêmica do curso de Letras Bilíngue da Unochapecó, KARINE TERNUS, finalizou seu estágio de docência com um Café Literário. A turma da 2ª1 EM da EEB Cardeal Arcoverde foi a contemplada neste estágio que durou 2 meses. Esteve presente no evento a professora Orientadora Rosa Maria Comineti que deliciou-se com as produções lidas e expostas no varal literário.

Parabéns, professora Karine. A educação agradece!!!





























quarta-feira, 4 de junho de 2014

“Ninguém ficará para trás, mas cada um terá que fazer a sua parte”



            Quando chamado pelo amigo espiritual, Emmanuel, para iniciar suas atividades mediúnicas, propondo a psicografia de 30 livros ( que passaram de 400 ao final), Chico Xavier assustou-se. Temia não estar à altura do compromisso e também receava ser abandonado pelos bons espíritos. Emmanuel lhe garantiu que isso não aconteceria, desde que ele se dedicasse ao trabalho, ao estudo e ao esforço pelo bem. Emmanuel propôs a Chico três pontos cruciais para o bom desempenho da tarefa: “O primeiro, disciplina; o segundo, disciplina; e o terceiro, disciplina.”
            Demorei um pouco para compreender em sua plenitude este conselho dado a Chico Xavier. Pensava: “As leis universais são imutáveis, somos seres humanos imperfeitos, temos muito a aprender e Deus está com tudo planejado e encaminhado.” Algumas coisas acertei, mas outras errei. E feio. Comecei a questionar-me quanto ao fardo que estava tirando das minhas costas e jogando nas mãos do Criador. As leis naturais realmente são imutáveis, criadas por uma inteligência suprema que, não importando o local nem a dimensão em que se encontram, obedecem aos mesmos princípios e atingem a todos.
Deus é a causa primária de tudo.
             Na atualidade, as ciências, principalmente a Física, dedicam-se ao estudo da GUT (iniciais inglesas para Teoria da Grande Unificação), buscando promover a unificação do conjunto de fenômenos, aparentemente diversos entre si, mas que são, de fato, aspectos de uma mesma coisa.  Galileu Galilei foi o primeiro a formular a teoria de que todos os fenômenos físicos do universo obedecem as mesmas leis -  - "Simetria Galileana" - seguido por Isaac Newton.
            Tanto as leis físicas, como as  lei morais, possuem o princípio da universalidade.  A lei de causa e efeito, a lei de evolução através  do amor são Divinas, imutáveis e atingem a todos. Sábio é aquele que procura descobrir as leis e segui-las. Quem não entende a necessidade de amar a Deus e ao próximo, vive em atribulações até compreender que fomos criados pelo amor para amar.
Quem acredita que pode burlar as Leis Divinas, como burla as leis dos homens, está fadado a ter que recomeçar inúmeras vezes até compreender que Deus é a sabedoria absoluta.
No entanto, como eu disse acima, não é justo jogar todo peso das minhas dificuldades, da minha infelicidade, dos meus problemas nas mãos de Deus. Aprendi que Deus educa as criaturas através das criaturas e que o livre-arbítrio faz toda diferença. São as minhas escolhas que determinam minha vida e não as leis imutáveis do Universo. Muito menos Deus: o que Ele menos quer é que Sua criação sofra e seja infeliz.
Muitos são os chamados, poucos os escolhidos”- disse Jesus! Para ser um dos escolhidos eu pensava que  não podia ter bens materiais, discutir sobre religião, discordar com posições da igreja. Enfim: achava que tinha que ser submissa e, fatalmente, aceitar minha desgraça. Tenho raiva de mim mesma por ter vivido tanto tempo na escuridão, acreditando em dogmas, me enquadrando em leis absurdas, permitido que as “‘alegorias” me enfeitiçassem, sabendo hoje que os escolhidos são os que “andam, caminham, buscam”, cada um em seu grau de evolução. Hoje sei que  a referência era aos “pobres de espírito”, não aos desprovidos de bens materiais. Deus não criaria e nos ofertaria um mundo tão lindo, tão completo, se não fosse para usufruir de sua beleza e de sua riqueza - com responsabilidade, é claro! Não teria permitido aos homens desenvolver sua inteligência, nem a capacidade de descobertas científicas, da criação de máquinas, se não fôssemos merecedores.  A pobreza de espírito é a grande lacuna.
Lei da ação e reação, lei de causa e efeito, evolução, consciência de si mesmo, sobrevivência: é disso que temos que ter clareza. Todas as leis da na- tureza - cósmicas, humanas, espirituais - são projeções da força Criadora, da vida do universo. São leis naturais e imutáveis porque são geométricas, harmônicas, perfeitas e completas, onde não cabe o acaso.
Finalmente, para alívio de minha alma, compreendi que a autoavaliação é o melhor remédio, que olhar-me no espelho e aceitar minhas limitações não é tão difícil. “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”, dizia o patrono da filosofia, Sócrates,  já em 470a.C. Mas o que mais me deixou feliz é que aprendi a adorar a Deus RACIONALMENTE, com discernimento, sem idolatria, sem culpá-Lo pelos meus tropeços, sem exigir-Lhe além do meu merecimento; muito menos culpar-me tanto pelas minhas falhas, afinal de contas, se eu não as tivesse não estaria aqui, nesta nova experiência. Estaria numa outra dimensão.
É! “Ninguém ficará para trás, mas cada um terá que fazer a sua parte!” E ter “disciplina, disciplina, disciplina”, facilita, e muito, esta tarefa!